terça-feira, 10 de junho de 2008

Entrevista - Alexandro Santin

Alexandro Santin tem 32 anos e é Gerente de Exportação da Saint-Gobain Vidros (que fabrica os marinex que você deve ter em casa). Graduado em Administração de Empresas com ênfase em Comércio Exterior pela Unip e Pós-Graduado em Negócios Internacionais pelo Mackenzie. Já visitou a trabalho 4 continentes e conhece países como EUA, Índia, Paquistão, Angola, Holanda...


FdM: Como foi que você escolheu fazer o curso que fez?
A.S.: Terminei a escola tarde, pois perdi 2 anos no colegial. Quando fiz 18 anos percebi que tinha que correr atrás do tempo perdido então resolvi fazer colegial técnico de noite para poder trabalhar durante o dia. Fiz colegial técnico em Adm. de Empresas e escolhi esse curso por que além de meu pai trabalhar a vida toda em empresas, as outras opções eram contabilidade, etc, coisas que não tinham nenhuma ligação comigo. Depois que acabei o colegial, tomei gosto por estudar e resolvi seguir os estudos universitários. Queria continuar na área de Adm de Empresas, mas como naquela época (1995) começava-se a falar muito sobre globalização, resolvi optar por Comércio Exterior. De carona, tive que entrar no curso de inglês.

FdM: Qual foi seu primeiro emprego na área e o que fazia?
A.S.: Meu 1º emprego na área foi através de estágio. Entrei numa multinacional americana e meu trabalho era cuidar da importação de peças de reposição que a empresa trazia dos EUA para manutenção de equipamentos industriais. Eu não conhecia nada de Comércio Exterior, foi uma baita escola, pois comecei a tratar com despachantes aduaneiros (são eles que lidam com os fiscais da receita federal nos portos e aeroportos), comecei a ter contatos com fornecedores fora do Brasil e comecei a colocar em prática meu inglês escrito e falado.

FdM: E daí como chegou onde está hoje?
A.S.: Trabalhei bastante. E sempre procurei me desenvolver e estabelecer planos (metas, horizontes, chame como quiser) de médio prazo. Por exemplo: eu era estagiário, então meu plano para os próximos 2 anos era ser efetivado na empresa. Depois da efetivação, comecei a estudar espanhol e meu plano dos próximos 2 anos era me tornar fluente em espanhol e viajar para o exterior pela 1ª vez. Depois disso, eu queria ser promovido e ir para área comercial, para poder começar a viajar. Foi o que aconteceu, arrumei um novo emprego para ganhar mais e que me deu bagagem suficiente para entrar na empresa em que estou hoje. Há 2 anos atrás, percebi que era hora de me atualizar na área acadêmica e que eu precisava ter mais um idioma para me destacar no mercado de trabalho. Entrei então no curso de pós e comecei a estudar francês. Terminei o curso da pós e hoje falo francês fluentemente (cometo alguns erros ainda e por isso estou ainda estudando), mas fiz isso pensando na próxima etapa profissional e deu certo: fui promovido a Gerente a partir de 1º Julho deste ano.

FdM: Conte como é sua rotina de trabalho (o que faz, que horas acorda, que roupa usa...)
A.S.: Minha rotina é um pouco monótona quando estou no Brasil: vou ao escritório todos os dias das 09:00 às 18:00. Para isso, tenho que acordar cedo, usar roupa social (gravata muitas vezes), etc. Passo o dia todo num ambiente fechado, trabalhando no computador e no telefone.

FdM: O que você mais gosta no seu trabalho? E o que mais se orgulha?
A.S.: Gosto da possibilidade de ter contato com pessoas do mundo todo. Tenho orgulho das viagens, de ter conhecido diferentes lugares, de ter contribuído e trocado experiências com diversas pessoas de diferentes culturas, crenças, etc. Orgulho-me também de vender produtos brasileiros no exterior, o que apesar das dificuldades culturais que os brasileiros têm de entender o mundo, nossos produtos são competitivos e de boa qualidade. A indústria brasileira é bem vista mundo afora.

FdM: O que você menos gosta no seu trabalho?
A.S.: Da rotina. É difícil também viajar para o mundo todo, conhecer gente e mercados distintos, depois retornar ao Brasil e ter que lidar com pessoas que não estão nem abertas nem dispostas a entender a complexidade do mundo globalizado em que vivemos.

FdM: E na Faculdade, o que mais gostava e o que menos gostava?
A.S.: Eu gostava de estudar coisas que, apesar de não estarem diretamente ligadas a minha área ou profissão, acrescentavam muito conhecimento para mim como: filosofia, psicologia, etc. São coisas que a gente não aprende na escola normalmente. O que eu menos gostava eram os números; sempre detestei matemática, física, química. Por fim, eu não gostava de professor ruim! Mas infelizmente, maus profissionais existem em todos os lugares.

FdM: O que um jovem que queira seguir uma carreira como a sua precisa ter?
A.S.: Na minha área é necessário ter no mínimo domínio dos idiomas inglês e espanhol.
No mercado de trabalho em geral, é necessário se atualizar constantemente para valorizar o currículo. Muitas vezes o que aprendemos na escola ou universidade parece repetitivo, mas no fim sempre agrega valor. E reforça o currículo, sem dúvida.




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